quinta-feira, 23 de maio de 2013

Foto High Key

High key é o nome de estilo dado para fotos formadas principalmente por tons claros.


Como é uma foto High key?

Uma foto High key tem muitos tons claros e quase nada de sombras. Não podemos confundir esse efeito com o erro de exposição, em que uma foto fica clara demais sem essa intenção! A foto HK é clara porque a iluminação é bem distribuída, não existem muitas sombras e os elementos da foto também são de tons claros.
highkey_01
Na foto acima você vê que a situação tem uma iluminação bastante uniforme, as pessoas têm pele clara e estão usando roupas claras. Para entender ainda melhor podemos olhar o histograma desta foto:
highkey_02
Como pode ver a maior parte dos pixels que formam esta imagem estão lá no canto direito. A foto não está estourada, ela só é formada por muitos mais pixels claros do que pixels escuros.

Como fazer uma foto High key?

Algumas sugestões para conseguir fotos neste estilo:
  • Utilizar fundo claro, de preferência branco
  • Evitar sombras, principalmente sombras muito duras
  • Alguns detalhes podem dar contraste em tons mais escuros (como os cabelos na foto acima)
  • Usar luz natural ou flash para preencher a luz em todo o assunto fotografado
  • Cuidado para não estourar e perder os detalhes da imagem!


Quem tem medo do ISO alto?


“Eu não uso ISO alto porque quero melhor qualidade na minha foto”

Este é o maior equívoco sobre o ISO alto. Embora todo mundo te ensine que aumentar o ISO faz a foto perder definição, é muito importante saber a diferença entre “foto com definição” e “foto boa”.
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ISO 3200 + luz de holofote, à noite • Foto por Claudia Regina
Às vezes perdemos de fazer uma foto incrível com ISO alto para fazer uma foto medíocre com definição perfeita.

“Eu não uso ISO alto porque não gosto de ruído”

Todo mundo tem direito de não gostar de ruído. Mas quem disse que toda foto usando um ISO alto tem ruído?
Ruído só aparece em áreas de sombra. Se sua foto está bem iluminada o ruído será imperceptível. Faça uma foto com ISO alto de um céu azul e verá que quase não há diferença do ISO ótimo da sua câmera, seja ela qual for.
O ruído só vai aparecer demais se você estiver fotografando com luz insuficiente!

“Eu não uso ISO alto porque minha câmera é ruim/de entrada”

Se você é o tipo de pessoa que diz isso, garanto que você pode usar pelo menos o dobro do ISO máximo que está usando atualmente. Experimente.

“Eu só uso ISO alto quando a luz tá realmente ruim, para evitar de usar flash”

Quando a luz de uma cena está muito ruim a melhor opção é… melhorar a luz! Usar o ISO alto em uma situação de luz muito precária é justamente o único momento em que esta é a pior opção.
A não ser que esta seja a única saída, considere melhorar a luz (seja escolhendo outros horários, locações ou usando luz artificial) além de subir o ISO.

“Quando tem pouca luz, prefiro usar o flash com ISO baixo”

O que mais impressiona neste assunto é a nossa tendência de criar o “time ISO alto” e o “time flash” e colocá-los para brigar! A verdade é que um não elimina o outro.
O ISO alto pode e deve ser usado com todos os métodos de iluminação que você souber usar (seja a luz da janela, do flash ou da lanterna.)
andreia
ISO 3200 + luz natural (janela ao fundo) + luz disponível (preenchimento) + flash (na sombrinha, à direita) • Foto por Claudia Regina
Repito: em uma foto bem iluminada o ruído não é problema.

“Mas, mas, mas… o ruído…”

O que eu acho mais interessante daqueles que têm um medo crônico do ruído é que poucos fazem fotos onde é possível ver o ruído tanto assim.
evelyn
ISO 4000 + luz natural • Foto por Claudia Regina
Se você faz fotos que vão para o seu blog, para o Facebook ou para um álbum diagramado em que cada foto tem no máximo 30×30, o ruído nem será visível! “Mas eu faço um poster para os meus noivos!”, você me diz. Repito: fotos com ruído só ficam ruins se estiverem mal iluminadas. Se você tem uma foto bem feita e bem iluminada o ruído não vai ser um problema.

“Mas então, quando devo me preocupar com o ISO?”

Existem algumas situações em que o ISO deve mesmo ser usado no mínimo. Capas de revistas e catálogos de produtos precisam de fotos 100% lisinhas. Mas se você faz o tipo de foto que precisa de ISO baixo, provavelmente já sabe disso.Todos os que me dizem evitar de subir o ISO não fazem o tipo de foto que justifique este medo.
                                               Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Diferença entre o modo MANUAL e o modo AUTOMÁTICO


Dias atrás, no Twitter do DDF, eu  mandei uma pergunta para os seguidores: vocês gostam de usar o modo automático ou os modos manuais para fotografar? Como era de se esperar a enorme maioria gosta mesmo é do modo manual. E não há dúvidas de que ter controle sobre cada aspecto da foto faz com que a gente consiga fotos muito mais interessantes.
Mas se você ainda não quis se aventurar no modo manual é hoje que irei te convencer!
Abaixo duas fotos feitas com a mesma câmera, a mesma lente (a maravilhosa 50mm 1.8) e o mesmo assunto. A diferença entre as duas? Uma foi feita no modo manual e, a outra, no modo 100% automático.
Foto no modo automático:
Foto feia no automático
Foto no modo manual:
Singing in the rain! =D
O primeiro “erro” do modo automático é sempre apelar para o flash, mesmo quando o assunto é muito mais interessante sem iluminação direta (claro, um “robô” não sabe que assunto é!) Outro erro é não usar a totalidade da abertura da lente. Essa é uma lente 1.8, e mesmo assim o modo automático usou abertura de 4. É um valor “seguro”, mas o seguro não serve para a maioria das situações. Outro problema é que no modo auto nem sempre dá para salvar a foto em RAW.
No modo manual usei uma abertura maior para dar mais destaque ao efeito de bokeh, nada de flash porque não queria ver os detalhes da janela (e sim os reflexos nas gotas) e um ISO maior com tempo de exposição maior (essas luzes são carros passando na rua + luzes da minha rua.)
Ou seja: procurando uma solução “segura” o modo auto normalmente só consegue nos dar um resultado ordinário. Ainda não começou? Experimente o manual da próxima vez!

                          Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

O que faz uma fotografia incrível?


Ao ler um post no Lighting Essentials chamado “What Makes a Photograph “Great?”” resolvi fazer essa pergunta por aqui também. Ela não poderia ser mais subjetiva, e é claro que cada um tem uma visão diferente. Mas vejam o que os amigos do DDF no Twitter disseram:
@Du_Albuquerque: Uma boa composição junto com uma boa edição fazem muitas fotos serem maravilhosas
@Guilherme_vini: O Conteúdo.
@claytonmarinho: Inspiração, equipamento e conhecimento
@adiphotos: Composição, Expressão, História, Impacto.
@OriginalLyn: o olhar do fotógrafo, e um bom equipamento!
@kaikysilva: Iluminaçao?
@rflortiz: Passar sentimento mais do que demonstrar técnica…
@a_fotografa: Eu acho que fotografia sendo uma arte nem sempre é compreendida por todos. E nem por isso deixa de ser uma boa foto.
@mari_milanezi: a pergunta é dificil e tenho pensado muito sobre ela. Mas tenho avaliado nitidez, foco, composição e cores nas minhas fotos
@danielfotos: Sentimento. Não importa se a técnica for perfeita se a foto não causar um forte sentimento quando olhamos para ela
@miguel80s: se tem um livro que se dedica a responder essa pergunta é o A Câmara Clara, do Roland Barthes…. e eu concordo.
@mari_milanezi: é.. uma mensagem que todos conseguem entender :/ Muitas fotos ”ótimas” em nitidez, composiçao, blá blá não tem mensagem.
@Lady_Music: pra mim é aquela que capta algo que vc olha e diz: prq eu não pensei nisso? Não precisa ser inédito basta ser especial
@CaboEnrolado: o enquadramento exato do momento escolhido pelo fotografo e as cores passarem a mensagem q pretende.
Essas foram algumas das respostas dadas momentos depois de eu indagar meus seguidores. A minha opinião eu deixei lá: pra mim uma foto incrível passa uma mensagem, um sentimento. Amor, tristeza, felicidade… qualquer coisa. Mas é uma mensagem que quem vê não consegue ignorar.
Mas quem sou eu para tentar responder isso? Deixo vocês com essa pergunta histórica, e junto dela, uma foto histórica.
The Afghan Girl, por Steve McCurry – considerada a “foto mais reconhecida da história da National Geographic”

                                       Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

Por que não usar flash em shows e espetáculos de palco.


Nos últimos dias tive duas experiências interessantes relacionadas ao (mal) uso de flash. Assisti uma apresentação de Balé em um teatro e também vi a reapresentação do show do Bon Jovi no seu canal do Youtube. Nas duas situações percebi muitas pessoas usando flash em suas câmeras.
Embora já exista um artigo da Karina Santiago sobre fotografia de palco aqui no DDF resolvi bater um pouco mais nessa tecla. Quando comentei sobre esse assunto com o meu marido ele falou: “mas as pessoas que fazem fotos assim não são o seu público, quem visita o DDF já entende um pouco de fotografia e não faz esse tipo de coisa.” Quem me dera! Lembro que no início do Wedding Brasil, onde teoricamente temos profissionais de fotografia, houve uma apresentação de dança e até lá vi gente usando o flash!

Todo mundo quer guardar um pouco de Bon Jovi
Então vamos ao que interessa: por que não usar o flash em shows, teatro, dança e outras apresentações de palco?

1. Não adianta

Não entendo como as pessoas que usam flash nessas situações não percebem: não adianta nada! A não ser que você esteja a 1 metro do palco o seu flash não vai ter força suficiente para iluminar o assunto de forma que faça diferença na foto final, principalmente se estamos falando de câmeras compactas! O flash, nessas situações, só serve para iluminar as cabeças de quem está na sua frente.

2. Se funcionar estraga o clima

Digamos que você tem um flash potente e está perto do palco: o flash até vai chegar no seu assunto, mas vai acabar com toda a iluminação planejada para aquela apresentação. Resultado: sua foto vai ficar com cara de ensaio, com toda aquela iluminação pensada pelos engenheiros de luz destruída e transformada em uma única luz feia a uniforme. É isso que você quer? Não, né?
As luzes de palco são sempre bastante fortes e planejadas para criar o clima específico daquela apresentação. Embora o ambiente pareça escuro (pois o público fica na escuridão mesmo) ninguém precisa de flash, confia em mim. Se a foto saiu borrada é porque você está longe demais ou sua câmera não aguenta a situação, então não há o que fazer. Pare de tirar fotos e assista.

3. É falta de respeito

Embora as duas razões anteriores sejam fotograficamente importantes a terceira é pra mim a mais: tem a ver com uma palavrinha chamada respeito.
O flash piscando atrapalha quem está se apresentando (principalmente quando estamos falando de apresentações em que é preciso muita concentração, como o Balé) e atrapalha quem está querendo assistir.
Até mesmo em um show como o do Bon Jovi, que possui efeitos mais malucos e piscantes de luzes, os flashes atrapalham. Me irritei quando vi que a iluminação no início de uma música estava bem pontual, e lá vinham os flashes iluminar tudo e picar nas sombras, estragando todo o clima.
No balé fiquei indignada com a falta de educação das pessoas usando o flash: a apresentação que vi era baseada no breu total, e os dançarinos podiam se atrapalhar graças aos folgados que estavam jogando sua luz inútil na direção deles. Eu, como público, já me desconcentrava a cada piscadela!
Respeito por quem está se apresentando e por quem está assistindo com você é o principal motivo para não usar flash.

4. Você está lá para fotografar ou assistir?

Se você foi contratado para fotografar um espetáculo, tudo bem: é só ler o artigo “Como fotografar shows e espetáculos” da Karina para conseguir fotos de qualidade. Mas se você está lá como público… pra quê fotografar? Vejo pessoas que ficam um show inteiro com a câmera na mão! As fotos ficam horríveis e você não aproveita o momento. Cadê o bom senso? Tire uma foto pra “provar” que esteve lá para seus amigos mas depois pare e assista. É para isso que você está lá, afinal.

5. “Não sei desligar” não é desculpa

Quem usa a câmera sempre no automático não sabe nem como desligar o flash. O que custa ler só isso no manual? Só isso, por favor.
Se você já sabe isso tudo aproveite para explicar essas dicas para todos os seus amigos. 

                                 Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

sexta-feira, 29 de março de 2013

Como fotografar a lua...

No último final de semana (19/03/11) aconteceu um momento “histórico”: a Lua ficou super próxima da Terra, um fenômeno que dizem acontecer somente a cada 18 anos…
Não deu tempo de escrever um post antes desse dia especial, mas os seguidores do DDF no Twitter receberam algumas diquinhas “exclusivas” para fotografar a Lua. De qualquer forma achei interessante detalhar mais cada dica por aqui, afinal mesmo não sendo uma “Super Lua” como a deste sábado, vale a pena fotografá-la na próxima oportunidade que você tiver :)
Eu não consegui ver a tal Super Lua, muito menos fotografá-la, pois aqui em Curitiba o tempo estava super nublado. Mas vou usar uma foto antiguinha que tirei em 2008 como exemplo para dar essas dicas:
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Só é bom lembrar uma coisa: essas dicas são para fotos legais da Lua, mas que não se comparam às fotos feitas com equipamentos para foto de astronomia, ok? São dicas para tentar fazer uma foto bacana mesmo sem ter os equipamentos específicos (e caros) da fotografia de astronomia. Afinal embora as fotos de Lua fiquem muito parecidas (todo mundo está fotografando a mesma Lua, rs) é muito legal fazer a nossa própria :) Vamos às dicas:

A Lua é brilhante, mesmo

A primeira coisa que a gente pensa ao fotografar a Lua é que está de noite, então está escuro. Pois bem: a Lua é muito brilhante, muito mesmo. Então fotografá-la vai ser como fotografar algo de dia! ISO baixoVelocidade altaabertura pequenaVeja o Exif da minha foto acima para comprovar.
É por isso que fotografar com qualquer câmera de ajustes automáticos não vai dar certo: a câmera vai “ver” toda aquela escuridão e só um pontinho claro, e vai fotometrar tentando achar o meio tom. O resultado: o céu continuará escuro e a Lua vai virar uma machinha branca no meio daquela escuridão toda. Se você quer crateras, detalhes e definição o segredo é usar o modo manual de ajustes da sua câmera para manter o céu escuro e conseguir os detalhes na Lua.
Se você puder usar o modo de medição (metering modeSpot, melhor: assim o fotômetro interno da câmera vai saber que é justamente aquela bolinha no meio da escuridão que interessa. Se não sabe como mexer nisso dá uma olhada no seu manual :)

Use a Distância Focal mais longa que você tiver disponível

Eu tirei essa foto acima com uma lente 75-300mm, uma lente conhecida por ser de qualidade mediana. Porém os meus amiguinhos que tinham a fodástica 70-200mm não conseguiram uma foto assim :P Embora eu tenha precisado cortar a foto para que a Lua ocupasse mais do quadro, acredito que 300mm é o mínimo para conseguir uma foto bacana (mesmo que seja necessário cortar depois.)
E como estamos falando de tentar usar um equipamento possível para a maioria dos fotógrafos, provavelmente esse valor vai ficar entre 300 e 400mm. Somente fotógrafos de savana africana e astronomia vão ter lentes mais longas que isso no seu kit do dia a dia :)
Então pega lá a lente mais longa (no quesito distância focal, não tamanho rs) e faça sua foto. Depois, vá pro Lightrooom ou pro Photoshop e corta a foto sem medo de ser feliz. A foto acima eu fiz com uma 20d, que tem somente 8.2 mp de resolução e sensor “cropado – qualquer um com uma câmera mais moderna consegue um resultado melhor ainda.

Use um Tripé e Foco Manual

Eu vou ser super sincera: em todo lugar que li sobre isso se dizia para usar o foco manual. Na minha foto eu usei o foco automático e funcionou. Será que foi sorte? Não sei. Mas funcionou. A minha 20d não tem Live View, então fazer o foco manual nela sempre foi bem complicadinho. Já na 7d estou usando o Live View bem mais para fotos estáticas assim: você faz a composição, aproxima bem no Live View, e faz o foco manual. Assim fica perfeito. O tripé é fundamental pra esse foco não ser perdido.
Ps.: você vai precisar mudar a posição do tripé constantemente, a Lua se mexe rapidinho! A cada foto que eu ia tirar a lua ia fugindo do quadro, acho que ela é tímida ;)

Como é possível conseguir aquele efeito de lua enorme?

Algumas fotos que vemos nas revistas mostram uma Lua gigantesca. Mas não é preciso esperar 18 anos para isso: o segredo dessas fotos está na distância focal, e não na distância da Lua.
Lembra que quanto maior a distância focal mais próximos os objetos parecem estar entre si? Então, o mesmo acontece com a Lua: se você está longe de uma paisagem e também está longe da Lua, ao usar uma distância focal super longa a Lua vai parecer maior, pois parecerá mais próxima da paisagem. Mais ou menos como no meu rascunho tosquíssimo abaixo:
Ah: alguns dizem que a Lua fica maior quando está mais próxima do Horizonte, mas isso é pura ilusão de ótica. Como nossas lentes não se iludem oticamente como nossos olhos, isso não faz diferença para a fotografia :)
Encontrei algumas fotos que exemplificam bem a técnica no Flickr, mas são com direitos reservados, então só vou linkar:
1. Esta foto foi feita com uma 10mm, vê como a Lua aparece pequenina?
2. Esta foto, embora com uma qualidade baixa, mostra exatamente o que acontece se ao invés de 10mm você usar uma 400mm: a Lua parece enorme (ela foi cortada, mas dá para ter ideia.)
Agora você saberá distinguir uma foto de Lua + Paisagem photoshopada ou real :) Essa aqui, por exemplo, não tem Exif (maltidos fotógrafos que desabilitam o Exif no Flickr), mas tenho (quase) certeza que é verdadeira.
Mesmo ficando sempre bem parecidas é muito divertido fazer a própria foto da Lua. Vamos aproveitar que ainda estamos na Lua cheia e bora fotografar!


                                           Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

O que é Resolução?

Imagine que uma foto é feita de vários pontinhos. Cada pontinho tem uma cor e juntando muuuuitos pontinhos chegamos a uma imagem completa.
A resolução é, bem resumidamente, a quantidade de pontinhos em um determinado espaço. Quanto mais pontinhosem um espaço, mais detalhes teremos na imagem.
Simples assim! Mas existem alguns outros detalhes, é claro:
1. Pixels ou pontos reais?
Pixels são diferentes de pontos reais. Pixels são os pontos em uma tela (de computador ou da televisão, por exemplo), mas uma imagem com vários pixels não é necessariamente uma imagem com resolução adequada. Por exemplo:
Embora as duas imagens ocupem a mesma quantidade de pixels da tela do seu computador dá para ver que a primeira tem uma qualdiade maior. Isso acontece porque a imagem da esquerda tem 360px de largura e 360 pontinhos de informação. Já a segunda imagem tem 360px de largura e apenas 160 pontinhos de informação nessa largura.
É por isso que não dá para aumentar imagens e manter a qualidade delas como acontece nos seriados de investigação :-)
2. Qual resolução usar?
Dependendo do meio aonde está a foto é necessário ter mais ou menos pontos por polegada. É isso que chamamos casualmente de “Resolução”.
Ao fazer uma imagem para mostrar na tela do computador (a imagem que vai para o flickr, por exemplo) usamos uma resolução de 72 pontos por polegada, pois isso é o que, no geral, as telas mostram.
Ao fazer uma imagem para uma ampliação (em 15x21cm para um álbum, por exemplo) é preciso usar uma resolução maior, pois os pontinhos são impressos mais “apertadinhos” e assim garantimos mais qualidade. A resolução indicada nesse caso é de 300 pontos por polegada.
Ao fazer um Outdoor a resolução é bem menor, pois vemos Outdoors bem de longe, normalmente fica em torno de 30 pontos por polegada. Se você chegar perto de um Outdoor vai notar que dá pra ver os “quadradinhos” da imagem!
O nome certinho disso que chamamos casualmente de resolução é DPI (Dots per Inch, ou pontos por polegada.)
3. E os Mega Pixels?
Já falei aqui que uma câmera com mais Mega Pixels não é necessariamente uma câmera melhor, e isso continua sendo verdade! O que importa é a qualidade do Sensor. A quantidade de Mega Pixels, conforme vimos acima, vai definir o tamanho máximo de ampliação de uma imagem sem diminuir a sua qualidade. Se uma câmera tem um sensor muito ruim e vários Mega Pixels ela vai simplesmente fazer fotos horríveis e enormes ;-)
É claro que o assunto Resolução de Imagem tem vários detalhes e nerdices – mas aqui eu quis explicar para todos que não conhecem nada sobre o assunto e ficam em dúvida em “visualizar” a Resolução no dia a dia de Fotógrafo :-) Espero que seja útil!


                                        Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

Porque Preto e Branco?

Por que a fotografia em tons de cinza nos fascina tanto?
A imagem em P&B era originalmente uma limitação. A fotografia foi inventada oficialmente em 1839 mas foi só cerca de 100 anos depois que a fotografia colorida ficou realmente viável. Era o fim da restrição e todos poderiam fotografar o mundo como ele sempre foi: colorido!
Fotografia por Claudia Regina
Mulher triste na praia • ISO 3200 | 200mm | f/2.8 | 1/30sec
Mas por que, mesmo depois da descoberta e popularização da fotografia colorida, a gente continuou a fazer fotos em preto e branco?

Medo do novo

O primeiro motivo para que a foto em P&B não morresse foi a reação dos fotógrafos da época. Assim como ainda hoje é possível escutar fotógrafos negando a validade da fotografia digital em relação ao filme, na década de 40 os fotógrafos negavam a novidade da fotografia colorida. Essa modernidade toda que estaria “denegrindo a fotografia de verdade”. É comum isso acontecer a cada mudança de estilo ou tecnologia: até mesmo Monet era visto como alguém que estava “denegrindo a arte de verdade” pelos críticos da época, que negavam o impressionismo.
Mesmo com o choque inicial, a fotografia colorida desde então cresceu e se tornou a mais utilizada. Hoje ela é unanimidade na mídia: é muito raro encontrarmos um filme, um outdoor ou um editorial de moda sem cores. Afinal, queremos a realidade.

Mas ela ainda está aí

Mesmo com as cores nos permitindo registrar o mundo com mais precisão as fotos preto e branco ainda vivem. O motivo pode ser variado, incluindo uma nostalgia crônica da geração Instagram, mas a maioria dos fotógrafos concorda: as cores podem nos distrair do que realmente interessa em uma foto. A emoção, as formas e as texturas aparecem muito mais em um registro sem esta distração.
por Claudia Regina
Casal • ISO 100 | 50mm | f/1.8 | 1/640sec
É por isso que muitos fotógrafos atuais, assim como eu, gostam tanto da fotografia P&B. :-)

Em defesa da cor

O cinza pode destacar sim emoções e composições na foto, mas a cor também pode existir para reforçar tudo isso. Dependemos somente do bom senso para definir o que combina mais com o momento fotografado e com o nosso estilo.
Por Claudia Regina
Flores • ISO 100 | 200m | f/3.5 | 1/1250sec

                                            Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

Como fazer fotos de longa exposição

Fotos com uma cachoeira toda aveludada ou um mar todo esfumaçado parecem estar gerando um interesse cada vez maior nos fotógrafos atuais. Se você roda a página de fotos em destaque do 500px, por exemplo, vai encontrar muitas paisagens assim por lá.
Longa exposição
Arpoador | ISO 100 • 8mm • f/22 • 1 segundo | Foto por Claudia Regina
Esse efeito é resultado de uma técnica bem simples, mas cheia de segredinhos: a longa exposição.
Não sabe o que é tempo de exposição? Comece lendo a apostila Aprenda a fotografar em 7 lições!
A princípio é fácil realizar esse tipo de foto: é só colocar a câmera no tripé e usar exposições longas (que podem ter de 1 segundo a vários minutos.) Parece simples, mas assim que comecei a praticar fotos deste tipo comecei a encontrar alguns empecilhos. O que fazer?

Esqueci o tripé!

É quase impossível fazer longuíssimas exposições sem tripé, mas às vezes dá pra dar um jeito. Tripé é assim: quando você fica com aquela preguicinha de carregar o danado é exatamente quando vai aparecer a oportunidade para usá-lo!
Nesse caso faço o seguinte: primeiro apoio a câmera em um lugar sólido e firme. Na falta de algo assim na locação você pode sentar no chão e usar o joelho como apoio. Na hora de clicar prendo a respiração e aperto o disparador sem soltá-lo até o fim da foto.
Ok, não é sempre que funciona…
Cachoeira tremida
Mas depois de uma ou duas tentativas é possível que você tenha sucesso!
Cachoeira - deu certo
Cachoeira | ISO 100 • 21mm • f/29 • 1.6 segundos | Foto por Claudia Regina
No caso da foto acima coloquei a câmera em cima de uma das pedras e fiz este esquema. Consegui uma foto com exposição de 1.6 segundos que, sem tripé, é teoricamente impossível.

Tem luz demais aqui!

Para fazer essas fotos você precisa diminuir o ISO e fechar o diafragma ao máximo. Assim é possível compensar essa falta de luz com o tempo de exposição bem longo. Isso é fácil de fazer à noite, por exemplo, mas bem mais complicado quando existe luz demais (como durante o dia ou mesmo no amanhecer ou anoitecer.)
Às vezes, mesmo deixando o ISO lá em baixo e o diafragma bem fechadinho, ainda tem luz demais. Aí o tempo de exposição não é longo o suficiente para conseguir o efeito bonito que procuramos.
A solução ideal para situações assim é comprar um filtro de densidade neutra (ND). Tudo que este filtro faz é deixarpassar menos luz para a câmera, permitindo que você use exposições mais longas sem mudar nada a foto.
Oberhofen
Foto no começo do dia usando um filtro ND | ISO 100 • 10mm • f/22 • 10 segundos | Foto por Claudia Regina
Se você ainda não tem um filtro ND ainda sobram duas opções: usar outros filtros que também comem alguns f/stops (como o filtro polarizador) ou fotografar em RAW superexpondo a foto para arrumar depois na pós. É trapaça, mas o negativo digital consegue manter muitas informações em luzes estouradas então pode ser uma alternativa pra quando não temos outra escapatória!
gambiarra
Na foto acima, por exemplo: para conseguir usar 1.6 segundos a foto original ficou superexposta. Depois tirei dois pontos de exposição no Lightroom. Não é uma foto que ficou boa, mas você conseguiria usar essa técnica para um resultado mais bonito :-)

A foto sai tremida mesmo com tripé!

Ao apertar o botão disparador você pode fazer a câmera tremer. O ideal, neste caso, é ter um disparador remoto. Ele permite que você aperte um botão longe da câmera, evitando que ela se mexa.
Se você não possui um disparador remoto também dá para deixar o timer da câmera em 2 segundos, dando um tempo para ela se estabilizar do seu apertão no disparador antes de começar a exposição.
E você, encontrou empecilhos ao fazer fotos de longa exposição? E como os solucionou?

                                              Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

5 dicas para fotografar viajando

Eu adoro viajar e gosto muito de fotografar durante meus passeios. Mas meu trabalho não é este, e quando estou viajando não sou paga para fotografar. Viajo porque gosto e a fotografia só é algo que “encaixo” durante as expedições.
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Vale até clichê na janelinha do avião | ISO 100 • 10mm • f/4 • 1/500 seg
Então me perguntam: “Como é que eu faço para aproveitar a viagem e conseguir fotografar também?”

1. O seu companheiro de viagem importa

O problema número um de qualquer viajante que gosta de fotografar é com quem ele viaja. Já viajei sozinha, com amigos e com família. É inevitável: quem busca imagens legais vai andar um pouco mais devagar, parar o carro mais vezes e querer esperar “alguns minutinhos” até a luz ficar perfeita.
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É bom ter alguém pra bater papo enquanto a hora mágica não chega | ISO 100 • 10mm • f/14 • 1/100 seg
Se você está viajando com alguém é preciso achar o equilíbrio combinando um cronograma um pouco mais folgado do que normalmente seria. Com mais tempo entre cada passeio ou atividade você consegue fotografar melhor e sem seu companheiro ficar bravo com você.
Evitar de viajar com quem te enche a paciência também é uma boa dica, se isso for possível. ;-)

2. Viaje por mais tempo

Qualquer pessoa normal tira 30 dias de férias por ano. Tente viajar esses 30 dias! Ficar por semanas no seu destino faz você entender muito melhor o local e seus costumes. Nos primeiros dias você já “mata” as atividades obrigatórias, como ir no Cristo Redentor, onde dificilmente você vai tirar fotos diferentes dos outros milhões de turistas, e sobra tempo para as fotos realmente especiais. Só depois de um tempo é possível entender a energia de um lugar. E, acredite, isso faz muita diferença nas imagens que criamos.
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Um lugar onde adoro passar semanas | ISO 100 • 70mm • f/2.8 • 1/160 seg
Sei que viajar por bastante tempo não é fácil (e nem barato, dependendo pra onde você vai). Mas se não der pra ficar um mês fora considere ficar o tempo que você tiver em poucos destinos. Evite viagens do tipo “Conheça 5 países da Europa em 15 dias”. Fotos de viagem interessantes contam histórias e a gente só conhece histórias com tempo. Fotos de paisagem precisam de tempo para serem planejadas e executadas. Ou seja: tempo é essencial.

3. Faça seu “dia da fotografia”

Se seu objetivo da viagem definitivamente não é fotografar ou seu companheiro de viagem não curte muito a ideia de mudar o cronograma por causa disso, planeje e negocie um dia da fotografia. Ali pela metade final da viagem planeje voltar a algum lugar que você achou interessante no nascer do sol, passear sem planos para fotografar as pessoas durante o dia e ir para outro local bonito no fim do dia.
No dia da fotografia você pode se preocupar só com as imagens que quer criar. Sem passeios apertados, museus e atividades turísticas.

4. Fotografar ou descansar?

Em 2012 eu não fiz nenhuma viagem de férias. Fiquei quase 200 dias fora de casa, viajei cerca de 80.000km em mais de 30 cidades e 10 países diferentes. Muitas dessas viagens eram a trabalho, mas mesmo nas “a passeio” eu me senti trabalhando e cansada – tudo porque sou fotógrafa e não resisto procurar fazer fotos bonitas. :-)
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Nem toda foto precisa ser incrível | ISO 100 • 22mm • f/4.5 • 1/50 seg
Para mim vale a pena porque meu ano inteiro é uma mistura de férias (posso dormir até tarde quase todos os dias) e trabalho. Mas se você tem um período específico do ano para suas férias, evite levar consigo a pressão da fotografia.Você não precisa voltar das suas viagens com as fotos mais lindas já feitas no universo. Se este não é seu trabalho aproveite as férias para realmente limpar a mente e deixá-la novinha em folha para novas ideias quando voltar pra casa.

5. Fotografe a sua cidade

Lembra que eu disse que precisamos de tempo para conhecer bem os lugares e assim fotografá-los melhor? Pois então: passamos a maior parte do nosso tempo na nossa própria cidade! Conhecemos suas histórias e segredos como ninguém.
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Curitiba | ISO 800 • 10mm • f/3.5 • 1/13 seg
Você pode fotografar a sua cidade com a vantagem que todos os turistas que a visitam não possuem: você está lá sempre e se a luz não ficar boa você pode voltar no dia seguinte.
E já que estamos falando de viagem: o grupo de fotógrafos que vai comigo para a Noruega caçar a Aurora Boreal já está fechado e estamos indo para lá neste Carnaval! Mas estou planejando mais viagens como esta (inclusive algumas mais próximas, aqui mesmo no Brasil) e se você se interessa por imersões fotográficas como esta preencha seus dados abaixo e seja avisado dos próximos passeios:


                     Fonte: Dicas de Fotografia, escrita pela fotografa Claudia Regina

Aprenda a fotografar em 7 lições...

Desde 2009 a apostila '' Aprenda a fotografar em 7 lições '' está rolando gratuitamente na internet. Neste início de 2013 Cláudio Regina resolveu lançar, junto ao novo layout do seu blog DICAS DE FOTOGRAFIA uma versão revisada e atualizada


 Download da apostila em PDF


Parque Tanguá, Curitiba- Brasil





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